sábado, 30 de maio de 2009

Carta ao Sintusp


Carta ao Sintusp

As universidades públicas brasileiras vivem atualmente um intenso processo de desestruturação, é notável o quadro de precarização do ensino e dos serviços da universidade (falta de professores e funcionários, falta de uma política de permanência estudantil plena, imposição do ensino à distância, planos privatizadores, etc.).
Os ataques se intensificam cada vez mais. O PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) imposto à UNESP, quando colocado em prática, terminará por descaracterizá-la enquanto universidade pública. O PDI faz da UNESP um departamento de patentes para empresas, que, ao invés de pesquisar demandas sociais, pesquisará as demandas empresariais, avessas aos interesses da maior parte da população.
O UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) fere radicalmente a qualidade do ensino, como também tende a modificar o funcionamento do quadro de funcionários e professores da UNESP.
A este quadro tenebroso se junta o fato da repressão aos estudantes, trabalhadores e professores das três públicas.
O SINTUSP - que sempre se posicionou contra a precarização do ensino e das condições de trabalho, contra a repressão, foi alvo de um ataque político sem precedentes – que não ocorria desde a ditadura militar - arbitrariamente a reitoria da USP demitiu ilegalmente o funcionário dirigente do sindicato dos trabalhadores: Claudionor Brandão. Os trabalhadores solicitaram a revisão de deliberação arbitrária, porém não foram ouvidos. Por conta disso, desencadearam uma série de ações, debates públicos, atos, paralisações, e por fim a greve, decretada no dia 05 de maio.
Os estudantes da FFC campus da UNESP de Marilia, em assembléia geral, solidarizam-se com a luta do sintusp e ao funcionário Brandão, após deliberar pela greve geral estudantil no campus e ocupação do prédio de aula, no dia 26 de maio, com a seguinte pauta de reivindicações:
PAUTA DE REINVINDICAÇÕES DOS ESTUDANTES DA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS DA UNESP CAMPUS MARÍLIA
Contra o PDI: pelo fim de seus trâmites nos órgãos da Universidade
Contra a UNIVESP: pelo fim do convênio entre UNESP e Secretaria de Ensino Superior
Educação não é mercadoria: estatização, sem ressarcimento, das universidades particulares como forma de sanar a falta de acesso ao ensino superior.
Contra a repressão:
Solidariedade a greve dos trabalhadores da USP: pela imediata readmissão do camarada Brandão
pelo fim das sindicâncias na UNESP, USP e UNICAMP
Por democracia de fato nos espaços de decisão da universidade:
Paridade de voto às eleições para Diretoria e Reitoria
Paridade nos órgãos deliberativos; Conselho Universitário e Congregação
Pela imediata incorporação dos trabalhadores terceirizados aos quadros da universidade
Pela contratação de mais professores/as
Pela contratação de mais funcionários\funcionarias
Por uma política efetiva de Permanência Estudantil:
— Por mais bolsas BAAE: com número mínimo de 260 bolsas, com encampamento pela reitoria das bolsas BAAE oferecidas pela iniciativa privada— Bolsa BAAE de pelo menos um Salário Mínimo— Por mais vagas na Moradia Estudantil
— Por mais bolsas alimentação com caráter socioeconômico, vinculadas à bolsa-moradia, auxilio aluguel e bolsa BAEE
— Pelo aumento da quantidade de refeições servidas no restaurante Universitário, com proporcional aumento do número de funcionários
— Pelo Restaurante à noite já
— Por formulários de Moradia e Bolsa BAAE para estudantes de Terceira Chamada em diante.
Bolsa Moradia para Pós-Graduandos (ordem de prioridade: graduandos –> graduados –> pós-graduandos)
Aumento do número de vagas no CCI
Pela adequação da estrutura física da faculdade para pessoas portadoras de deficiência (em todos os seus espaços)
Pela ampliação do Anfiteatro
Pela ampliação da Biblioteca
Pela criação de espaços de convivência estudantis adequados
Pela contratação de odontologista para UNAMOS e atendimento geral na área de ginecologia (não somente preventivo)
Pela transferência do CEES para o Campus I, para que os alunos sejam atendidos por médicos (necessidades básicas), além do centro de estudos para os cursos que estão em estágio
Marília, 16 de abril de 2009, Prédio de Atividades Didáticas, Anfiteatro I
Assembléia Geral dos Estudantes da FFC/UNESP-Marília
Diretório Central dos Estudantes da UNESP-FATEC
Centro Acadêmico de Filosofia
Centro Acadêmico de Pedagogia
Centro Acadêmico de Relações Internacionais
Centro Acadêmico de Biblioteconomia
Centro Acadêmico de Fisioterapia
Centro Acadêmico de Terapia Ocupacional
Centro Acadêmico de Fonoaudiologia
Centro Acadêmico de Arquivologia
Comissão Local de Moradia Estudantil

3 comentários:

  1. E os 4 professores exonerados em 2000 e os 35 que estão sendo processados atualmente? Precisam unir a questão dos professores da rede pública porque se trata de uma única reforma, que começou em 2000.

    Renato

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  2. O Blog da Greve também acha a unidade fundamental...

    mas a APEOESP, loteada entre PT e PSTU, não luta nem por salário quanto mais por questões políticas...

    o maior sindicato da América Latina é também o sindicato mais pelego...

    até a FIESP faz mais lutas.

    Abaixo a burocracia sindical!!!

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  3. Meus parabéns pelo blog e não deixe de ler matéria sobre: POR QUE NINGUÉM MAIS QUER SER PROFESSOR? Basta acessar meu blog, clicando em:
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