terça-feira, 14 de julho de 2009

Declaração de fim de greve dos estudantes da FFC-UNESP/Marília

A greve acabou,

A luta segue!



Após quarenta e dois dias de greve com ocupação, a Assembléia Geral dos Estudantes da FFC-UNESP\Marí lia, realizada dia 07 de julho, deliberou pelo fim do movimento no dia seguinte, 08 de julho.

A greve que se deu este ano na FFC foi exemplar: greve política, contra os planos dos governos e reitorias para a educação pública. Iniciamos nosso movimento antes de qualquer outro grupamento estudantil ou docente. Demos, deste modo, vazão à voz dos estudantes, sempre reprimida pela burocracia acadêmica, pelos professores e governos todos.

A UNESP não respondeu aos ataques com a força devida e esperada. Ainda que muito trabalhadores tenham decidido pela greve, poucos foram os estudantes e professores que optaram pelo mesmo caminho, salientando, assim, a diferença entre os campi. Marília foi um dos poucos lugares aonde os três setores entraram em greve, e um dos últimos lugares do estado a debandar desta forma de luta, dado o isolamento, tanto na UNESP quanto na USP e UNICAMP.

Mas a UNESP mostrou-se particularmente apática nestes dias. Funcionários de muitos campi aderiram à luta. Poucos estudantes e poucos professores, no entanto. Ou seja, muito embora, Marília estivesse bastante mobilizada, o resto da UNESP não a seguiu, à exceção dos professores e estudantes de Assis e dos estudantes de Geografia da UNESP-Rio Claro.

Diante disto, cabe aos estudantes da UNESP-Marília e ao DCE da UNESP lembrar, em poucas linhas, que os ataques são bastante graves. O PDI, Plano de Desenvolvimento Institucional, vincula diretamente a UNESP aos interesses do grande capital nacional e internacional, descaracterizando- a enquanto universidade pública. A UNIVESP nada mais é senão a semente da distanciação e descompromisso do estado para com a educação pública; compreendermos ser este o projeto do governo do Estado e das reitorias. Não isto bastando, o fato da repressão, advinda da falta de democracia: dirigentes sindicais demitidos e presos, estudantes sindicados e expulsos, professores ameaçados de morte.

Como não vimos a queda dos ataques, cabe-nos pensar em como nos organizaremos para o próximo semestre. É praticamente consenso que faltou força aos três setores neste ano. Do mesmo modo, é praticamente consenso que a luta deve seguir segundo semestre adentro. Os ataques são graves demais para que deixemos que sigam impunes.

Estamos a pensar no futuro das universidades públicas paulistas. O governo quer torná-las departamento de pesquisa de bancos. Nós queremos que ela se torne pública até o fim, ao pesquisar as demandas da maior parte da população, que financia a universidade.

Disto, conclamamos os campi à luta no segundo semestre. A UNESP-Marília bem pode mobilizar-se à vontade, sozinha; ainda que a luta seja a mais radical, isolados, nós pouco e pouco faremos; necessitamos do apoio dos outros campi para que nos fortaleçamos enquanto UNESP.

Necessitamos nos unificar. A reitoria é uma só. O governo não é esquizofrênico, mas bem lúcido e homogêneo.

Ou fazemos o mesmo, ou nosso destino desde já está dado, e a luta configura-se mera pirotecnia.

Queremos o contrário. Desejamos que nossas posições triunfem e que a burocracia tenha de submeter-se à maioria dos estudantes e dos trabalhadores. Nós somos aqueles que mantêm a universidade: queremos controlá-la e configurá-la!

Não há outro modo de nos impormos que não seja a radicalização: as greves e as ocupações. Qualquer coisa menor que isto soar-nos-á como insuficiente; qualquer coisa acima, como insustentável neste momento.

É isto que propomos aos campi; por ser isto que nos acabamos de fazer em Marília.

Eis o que esperamos para o segundo semestre. Eis o que precisamos.

Que a UNESP mostre sua força e derrube os ataques.

Que os estudantes se unam e imponham uma universidade popular e democrática.

Que a universidade seja, de fato pública, em pesquisar os problemas da população.


Marília, 07 de julho de 2009, QG (sala 48 ocupada)

Assembléia Geral dos Estudantes da FFC-UNESP\Marí lia

2 comentários:

  1. Qual o balanço que os estudantes fazem dessa greve?
    Que conquistad nós temos?
    Um Centro de Línguas Alternativo?!!
    Alternativo para não chamar de outra coisa, que ao invés de contratar profissionais, prefere mais uma vez explorar os estudantes, que com necessidade de bolsa, serão mão de obra barata nesse Centro de Línguas.
    Sei que muitos veêm essa possibilidade com bons olhos. Mas será que não vale a pena refletir que esse Centro de Línguas é similar ao estágio do LABI e da Biblioteca, que pra mim é trabalho precarizado.
    Cadê as outras conquistas?
    Acredito que por não estarmos em greve se torne possível um diálogo maior com a comunidade acadêmica para tentar efetivar um inicio de democracia, porém nos moldes da atual UNIVERSIDADE parece difícil ela se tornar plena.

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  2. Que texto mal escrito, hein!? Nossa, esperava mais de vocês...

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